Bolso cheio agora ou cofre abarrotado no futuro?
Carteiras de Valor versus Renda explicam como diferentes tipos de Fundos Imobiliários funcionam
Olá, FIIo (a).
No dilema renda versus crescimento de um carteira de Fundos Imobiliários, como você se posiciona?
Você é o rentista brasileiro clássico ou pensa em crescer também o patrimônio?
Pois vamos olhar o que tem nas carteiras da Órama investimentos, para ver como os analistas olham essa diferença.
E também como o Dividend Yield e retornos se comportam, quando optamos por um lado.
Em abril, a carteira de Renda é formada por KNCR11 (CRI), JURO11 (Fi Infra – Debêntures), VGIR11 (CRI) e FGAA11 (agro). Ou seja, só a papelada.
O Dividend Yield anual é de 14,26%. Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno de 30,55%, enquanto o IFIX subiu 27,38%.
Agora a carteira da Órama de Valorização...
A carteira é composta de GARE11 (logística), HGRE11 (lajes corporativas), OGIN11 (infraestrutura) e RBFF11 (Fundo de fundos).
Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno de 37,90%. O Dividend Yield é de 10,04%.
Agora a explicação das diferenças, segundo a própria Órama.
“Carteira Valorização: objetivo é o ganho de capital (valorização de preço), através da alocação em fundos descontados na bolsa. Por este motivo, seus dividendos são mais baixos, quando comparamos a Carteira Órama Renda (foco em renda passiva).
A Carteira Valorização possui uma volatilidade mais elevada, tanto de preço, quanto de dividendos, por isso recomendamos para aqueles investidores com maior apetite a risco, com horizonte de investimento de longo prazo.”
Agora, olha a explicação para a carteira com foco em renda:
“Importante destacar que o objetivo desta carteira é manter um dividend yield de 1% ao mês. Neste contexto, ela atualmente é composta 100% por fundos de crédito (FIIs de CRIs/ FIAgros de CRAs).”
A composição das carteiras trazem importantes lições para entender como funcionam os Fundos Imobiliários...
No atual mercado, se você quer continuar no fetiche do 1% ao mês, tem que ir para os FIIs de papel.
Mas o que não é óbvio para muitos investidores é que você teria que reinvestir seus rendimentos.
Fundos de Papel te entregam o todo o valor e não valoriza na cota.
Isso porque os CRIs e CRAs são papéis de renda fixa, que tem resultado mensal de juros e da variação do indexador, seja de inflação ou CDI.
Vamos olhar o valor da cota do KNCR11, por exemplo, que existe desde outubro de 2012.
KNCR11 – consultado Google Finance 5/4/24
A cota começou em R$ 100 e hoje está a R$102.
Alô, CVM! Que absurdo! Um escândalo!
Calma, FIIo (a)!
Não é crime, é apenas a natureza do próprio fundo de papel.
Ele não foi feito para acumular ganhos na cota, mas para distribuir tudo, sem dó nem piedade.
Para você não perder poder de compra no futuro, teria que reinvestir em mais compra de cotas.
O valor exato é uma controvérsia. Mas já vi alguns especialistas chegando a valores até 50% dos rendimentos.
Ou seja, se você está na praia vivendo de “rendimentos de papel”, e não está reinvestindo, a sua água de coco pode se tornar inviável em pouco tempo.
Agora vamos olhar o HGRE11, da carteira Valor.
Um “fundo de tijolo” antigo, com início em 2008. Mas aqui lembrado que é o valor que você enxerga hoje nos gráficos é ajustado, por que ele começou com base R$ 1.000.
Segundo a Órama, o preço-alvo é de R$ 158,37. Hoje, a cota está entorno de R$ 130.
Ou seja, daria para espremer uns R$ 28 dessa manga, por cota.
HGRE11 – consultado Google Finance 5/4/24
Agora, vamos olhar o rendimento...
O de abril foi de R$ 0,78 por cota, ou 0,6% ao mês.
Agora vamos voltar no tempo uns 10 anos com nosso “DeLorian voador”, o relatório gerencial.
Agora, aqui cabe lembrar que naquele jurássico abril do ano de 2014, o fundo era base “milão” e sua cota era de R$ 1.370. O rendimento distribuído foi de R$ 11,60. Ou, 0,84% ao mês.
Aqui não quero nem entrar no drama se “tijolos repõem inflação” – pois sei que você está pensando nisso...
Mas agora estamos falando de renda versus valorização. E cabe a o você montar a sua carteira sabendo como funciona cada tipo de fundo imobiliário.
Você poderia ter só fundos de papel? Sim! Se tiver a disciplina de reinvestir.
Poderia ter só fundo de tijolo? Sim! Se tiver estômago de ver as cotas subindo e descendo como um elevador na Faria Limas às 18h de uma sexta-feira.
Mas não precisa, né? Você pode ter uma carteira com tudo, para balancear e diversificar.
Entenda como funciona cada tipo de FII e não passe vergonha!
Um abraço,
André Zara
Publisher Hórus Pub.